sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

    Mundo escuro


            Passou mais um dia, e eu continuo imerso na minha escuridão.
            O mundo que só eu vejo é frio e solitário, tudo á minha volta é de tamanha negridão que só eu sou capaz de aqui residir, de aqui marcar território.
            Neste universo paralelo não existe nada, não existe cor, não existe fragrâncias, não existe som, aqui nada subsiste, a não ser o meu corpo, aqui não existe formas de vida a não ser a minha insignificante presença, não existe sentimentos, a não ser a minha banal sensibilidade à tristeza e à solidão, não existe dor, a não ser a minha, que se torna mais e mais insuportável a cada segundo que passa.
            Todos os dias que correm, penso que é uma questão de tempo até que tudo o que está à minha volta me engula sem um único aviso, sem um único sinal prévio, mas todos os dias que passam penso que esse momento nunca chegará, penso que fui condenado a uma vida eterna e solitária, num local imensamente vasto, onde viverei a minha eterna perdição.

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