sábado, 3 de dezembro de 2011

        Solidão


 

Num mundo de pessoas
Estou só
Onde todos se vêem
Ninguém me vê
Como todos se compreendem
Não sei, é um mistério
O que eu sei é…
Que estou só
Sei também que…
Ninguém me compreende
Onde todos tem pais
Eu não. Estou só
Todos têm dinheiro
Eu não, vivo sem ele.

As crianças que passam
Perguntam-me:
«Não tens pais,
Não tens casa,
Não tens amigos?
Então vai-te embora!
Não pertences aqui»
E eu digo a todos
«Não, eu tenho pais
Tenho casa, tenho amigos
Mas sou diferente de vos
Os meus pais são o vento
Que todas as noites me
Canta canções de embalar,
A minha casa é a floresta
Que todas as noites me
Aquece nas suas grutas acolhedoras
Os meus amigos são os animais
Que todas as noites e todos os dias
Estão comigo para me
Fazerem companhia.
Estou apenas de passagem,
E nada mais»

Fui posto de lado
Chamaram-me de solitário
Ma só porque não sabem
O que é a verdadeira companhia
As pessoas são falsas
Os animais verdadeiros
As pessoas acolhem os seus filhos
Somente porque são seus filhos
A floresta acolhe todos
Amigos ou inimigos dela
Ela esta sempre lá para os acolher
As pessoas cantão unicamente…
Para terem dinheiro
O vento canta de felicidade
Para pôr todos alegres

Segundo os outros
Eu estou só, mas…
Prefiro a minha solidão alegre
À companhia enfadonha dos outros
A minha solidão é-me leal
A companhia dos outros e traiçoeira
Sou feliz como sou
Estou só e bem acompanhado
Estou só, só com a natureza.

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